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A História dos Dois

 Era uma vez, uma menina e um menino. Eles viviam em mundos diferentes, tinham gostos e manias estranhas e sem saber, completariam um o mundo do outro. 

  Ela "tava" na vibe de dançar a noite toda, conhecer todas as pessoas do planeta inteiro e conversar, conversar e conversar. Bebia para poder sentir a brisa e se sentir, de algum jeito, completa. Ah, e tinha os amigos mais loucos, porém sinceros e únicos, do mundo!  Estudava Jornalismo e tinha suas dps porque não levava tudo tão a sério. Apaixonada, vidrada e amante da Lua (para ela, não existia presente mais lindo que Deus poderia ter feito). E cantarolava MPB, completamente apaixonada por suas letras e melodias.  Viajava com os amigos e tinha os melhores e mais incríveis fins de semana. As segundas-feiras eram dias de nostalgia: o fim de semana era contado e recontado trilhões de vezes para e com as amigas. E assim, ela vivia o presente e planejava o futuro em meio a doses de alguma bebida forte, gargalhadas e sonhos. Sempre falava para as amigas, que elas casariam, teriam filhos e ela seria a tia que levaria a criançada no cinema no fim de semana...


 Ele sempre fez o estilo certinho. Nunca bebeu, nunca fumou, nunca virou a noite numa balada, nem nunca teve ressaca no dia seguinte. O filho que toda mãe sempre quis, o genrinho que toda sogra sempre sonhou. Esforçado, com os olhos no futuro, sempre se empenhou em dar o seu melhor em tudo que fazia: trabalho, faculdade, ministério na igreja... Apaixonado por música, sem querer, sempre se destacou por seu jeito incrível de tocar baixo, entre outros instrumentos musicais. Ele sabia impressionar!


 Um dia, os caminhos dos dois se cruzaram. Nem se olharam. Ela torceu para ele ir embora logo. Ele reclamou do novo meio de entrar na faculdade: sem carteirinha, com a digital. "Eu vou continuar entrando com a minha carteirinha. Sou do contra! HUNF." E se foi...

 Num outro dia, nem tão distante do primeiro, ele veio falando da volta de Jesus e ela pensando o que tinha a ver com isso. Mas escutou, sabia ser educada. Num terceiro dia, no pátio da faculdade, ela toda arrumada. Ia matar aula para ir no aniversário de uma amiga, num barzinho qualquer da Goiás. E ele, mais uma vez, falando de Jesus. Ele tinha esperanças dela desistir de ir. É claro que ela não desistiu. Mas chegando lá, não conseguiu beber muito. A cabeça tinha ficado na conversa lá da facul. Jesus, religião, vida, futuro e passado se cruzando... 

 Alguns dias depois, chega um sms no celular dele: "Precisava lembrá-lo do espetáculo. Justo agora, as nuvens resolveram escondê-la. Mas se esperar um pouquinho vai conseguir ver uma Lua linda no céu!" (não foram exatamente essas palavras, mas exatamente o mesmo sentido.)

 Sem perceberem, um já fazia parte do mundo do outro. 

 Ela falava de Lua, Mpb e suas experiências malucas de vida. Ele falava de música, Jesus e suas experiências malucas de vida. 

 Ele já gostava dela. Ela não queria pensar nessa hipótese. "Tava" tão bom do jeito que "tava" vivendo, para que mexer os pauzinhos?

 Maaaaaas, tudo, TUDO mudou! Ela, aos poucos se viu sem baladas, bebidas, noitadas e, no lugar disso tudo veio um espírito meio velho. A menina não consegue e nem pensa mais em virar a noite acordada. Prefere dormir e sonhar com o futuro dos dois juntos. Ele, sem querer seus méritos por isso, mudou a vida dela. De agitos para sossego. Hoje, ela já não tem mais o mesmo estômago para beber (perdeu a manha, sabe como é). Continua ouvindo suas Mpbs e admirando a sua Lua, que hoje é dele também. Fuscas azuis pelo caminho são reflexos de uma brincadeira regada de cumplicidade e risadas gostosas. Todas as noites oram juntos para Deus continuar abençoando o relacionamento dos dois que já dura um ano e oito meses. 

 Um ano e oito meses. Ela não esperava nem 2 meses. E ele, bom... Ele já sabia o que queria desde o começo: Deus, ela, ele. Sorrisos, abraços, experiências, aprendizados, tombos, joelhos ralados, um cuidando do outro, um levantando o outro, um respeitando o outro. Sentimento. Decisão. Sonhos de um futuro bom. E juntos!






(Texto de Março/2014)



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